sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

UMA ANDORINHA FAZ VERÃO


Vivemos a cultura das massas, dos aglomerados de pessoas, da multidão. Em que o bom é o que atrai as multidões, o que povoa centros religiosos, sociais e políticos. Esta síndrome da multidão tem permeado as portas do protestantismo seja histórico e principalmente o meio pentecostal e neopentecostal. Onde o culto abençoado ou vivo é associado à igreja cheia. A síndrome da multidão além de afetar nossa concepção do culto agradável a Deus, prejudica também o caráter servo da igreja porque se acham como a andorinha; sentem-se sem ânimo, ou disposição e sozinhos. O mal de Elias na caverna se repete: “fiquei só”.


Uma observação cuidadosa do texto sagrado revela que os grandes feitos divinos tiveram como instrumentos indivíduos e não grupos ou nações. Deus forma sua nação a partir de Abraão; liberta sua nação do cativeiro sob a liderança não de um colegiado ou de um conselho, mas de Moisés o qual também foi o legislador da Lei que também é chamada de Lei de Moisés; Josué é escolhido o líder conquistador de Canaã e não representantes de cada tribo. Poderíamos continuar citando muitos juízes, reis, sacerdotes, profetas e outros. Andorinhas que fizeram verão. O verão de reformas como o rei Josias, o verão da pregação exortativa e conciliadora entre o povo e seu Deus como Elias, o verão do avivamento pregado por Pedro em Jerusalém (At. 2) e na casa de Cornélio (At. 10) ou de Paulo em Éfeso ou de Felipe em Samaria (At. 8:4-8). Homens que não desistiram por se sentirem sós, que não perderam o romantismo ministerial por serem açoitados, por calunias, chicotes ou incompreensividade do povo. “Muito pode a oração de um justo em seus efeitos”. Disse o utor sacro.


O que dizer da história. O que seria da Reforma protestante se não fossem indivíduos como Lutero, Calvino e outros. O que seria dos avivamentos se não fossem personagens como Rev. Jonathan Edwards que pregou o seu célebre sermão “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” (1741). George Whitefield e de John Wesley que levou muitas pessoas ao Senhor, e quando Whitefield fez uma campanha evangelística nas colônias (1739-1741), em dois anos, mais de trinta mil pessoas foram ganhas, ou seja, 10% da população americana da época. O que seria dos morávios se não fosse o conde Nicolau Zinzendorf ou dos mais de 1.100 judeus da Segunda Guerra se não fosse Oskar Schindler.


Quem disse que uma andorinha não faz verão? Outras andorinhas precisam servir a Cristo com fervor e piedade não condicionados a contextos, holofotes ou recompensa terrena. Estas andorinhas fizeram verão porque viram o invisível, consideraram seus ministérios superiores a própria vida e amavam a Cristo com todo coração, força e entendimento.


Precisamos urgentemente de uma nova Reforma, de um verdadeiro avivamento que resgate uma teologia experimental fundamentada na soberania de Deus e com um profundo senso de humildade e dependência do Senhor. E assim o verão vai chegar.


Pr. Anderson Firmino

Diretor do STEC

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